Complexo Multifuncional Porto Olímpico


Vista aérea

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Rio de Janeiro: a cidade-mirante e o partido de projeto

Onde é possível observar o amálgama de pessoas vivendo sinergicamente ao sistema. É nesse território que percebemos a dinâmica das variáveis escolhidas dentro de uma situação, no caso uma cidade que por muito tempo foi capital federal e hoje busca desenvolver e melhorar métodos de gestão municipal e eco eficiência intra-urbana. Também uma cidade que concentra grande acervo e produção de riquezas culturais, que contrastam dramaticamente com o subdesenvolvimento e disparidades de concentração de renda.

Assim, a questão do trânsito entre ver e ser visto, a fusão entre sujeito e paisagem, o contínuo movimento e transitória permanência que delineiam as relações entre público e privado tornam-se diretrizes principais para o partido de projeto.

Vista mirante dos edifícios habitacinais

Escalas de projeto: o nível urbano

O projeto de um novo núcleo de bairro na região do porto do Rio de Janeiro propõe a oportunidade de pensar o planejamento e reestruturação da cidade em três níveis: urbano, regional e local.

No nível urbano existe o desafio de transformar os pontos negativos de um processo de produção-deterioração da zona portuária – lotes abandonados, barreiras geográficas, baixa salubridade ambiental e social, em um marco de reconquista do espaço público. Tal conquista implica nas seguintes proposições projetuais:
A valorização do encontro entre as pessoas;
O desejo de morar;
O dinamismo e polivalência econômica;
A integração da malha e infraestrutura urbana;
A proposição de percursos e meios de transporte limpos, leves e coletivos;
A superação das barreiras geográficas e sociais;
O elemento iconográfico do mirante.

Vista interna quadra

A opção por um novo plano elevado de percursos leves

O projeto de um novo núcleo de bairro na região do porto do Rio de Janeiro propõe a oportunidade de pensar o planejamento e reestruturação da cidade em três níveis: urbano, regional e local.

No plano regional, o desafio de vencer a barreira geográfica da avenida Francisco Bicalho e lotes industriais obsoletos articula-se diretamente com a alta demanda por estacionamentos privados de carros. A baixa resistência geológica observada no Estudo de Impacto sobre a Vizinhança – EIV, não recomenda o uso de mais de um subsolo no terreno. Desse modo, a necessidade de criar estacionamentos elevados potencializou o conceito de um platô público em nível elevado, no caso a cota 6,00 metros em relação à rua. Esse nível elevado caracteriza-se como o principal espaço para pedestre no projeto.

Considera-se a inserção de uma passarela como um elemento de conexão que articula as funções entre o platô público e a praça térrea do terreno oeste, tornando a área plenamente acessível.  Essa estrutura reafirma uma rede neural de vias, criando zonas de observação da natureza e novos pontos de vista da cidade.

A qualidade estética do ambiente natural que envolve a área de intervenção implicou o cuidado de possibilitar a leitura entre o natural e o construído, criando assim uma sinergia entre a vegetação existente e uma conectividade harmônica entre os edifícios e o meio ambiente.

Vista Nordeste

Projetar o Legado, adaptar o Evento

No terreno leste, o processo de transformação contempla a reciclagem da paisagem urbana através da caracterização de jardins, quadras poliesportivas junto a áreas sombreadas por pilotis no platô, bem como aditivos de serviços convertidos de espaços do programa olímpico para o modo legado.  O desenho de amplas canteiros verdes – calçadas-parque, no nível térreo é aliado à proposição de diversos serviços lindeiros aos lotes, revestindo assim núcleos passivos de estacionamento em forças expansivas radiais de trocas econômicas e sociais.  A articulação que integra os níveis térreo e platô público se dá por meio de escadas e rampas, torna a área plenamente acessível seguindo o padrão de acessibilidade universal.

A proposição de projeto no nível local (terreno leste) objetivou otimizar a transição entre o modo olímpico e o modo legado. Para isso, definiu-se que essa adaptação estaria inclusa apenas no programa habitacional, não estendendo-a para o edifício comercial-multifuncional. Essa implicação foi decorrente da observação de que o número de moradias para o modo legado (5000 apartamento residenciais), adaptado inicialmente ao evento olímpico (10.600 quartos) já é mais do que suficiente para concentrar a adaptação em uma única tipologia.

Vista sul

O edifício multifuncional une os três programas: salas comerciais, hotel 3 estrelas e apart-hotel. O objetivo dessa união foi o de configurar um empreendimento inovador e polivalente, acentuando uma iconografia de um novo dinamismo econômico da região.

No terreno oeste, o Centro de Convenções e Hotel 5 estrelas articulam-se como um único marco integrado de intervenção urbana. O Centro de Convenções contém ambientes modulares, que podem ser integrados ou isolados. Terraços livres fazem parte das áreas úteis do empreendimento.

Em nível horizontal, a dobra formal entre os programas do Centro de Convenções e Hotel cria um “abraço” no espaço, gerando assim uma praça pública que concentra e distribui o tráfego de pedestres e conecta o público dos dois terrenos. Em nível vertical, o hotel aparece como epítome dessa intervenção.

Em suma, o edifício multifuncional leste e o complexo oeste expressam os conceitos espaciais de dobra e acentuação como sobreposição de volumetrias e compactação do programa de necessidades propostos.

Vista aérea

Sustentabilidade

O projeto de um novo núcleo de bairro na região do porto do Rio de Janeiro propõe a oportunidade de pensar o planejamento e reestruturação da cidade em três níveis: urbano, regional e local.

Para atender o programa de necessidades solicitado, os sistemas construtivos adotados objetivam conciliar as necessidades de redução de custos, rapidez de execução e flexibilidade máxima para planos de trabalho.  A estratégia de gestão ambiental foi pensada de forma a oferecer respostas abrangendo as principais esferas da sustentabilidade, ou seja, social, ambiental e energética.









em parceria com Thiago Pelakauskas e Fábio Ucella