Sede do IAB Toantins em Palmas, 2011

Vista oeste

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Cidade macro-micro. ESCALAS para IMPLANTAÇÃO

No âmbito urbano-regional, o terreno de projeto está no meio-fio entre o centro da cidade e o aeroporto – inclusive o lote faz frente com a Avenida Teotônio Segurado, principal via de ligação entre esses dois lugares. Ora, essa própria conformação – espontânea, já demonstra o poder de pontuação do futuro edifício enquanto “farol” de conexão entre a tradição de um centro urbano e a vida nômade dos aeroportos. E é justamente na relação do lote com a avenida principal que se encontra o primeiro potencial urbano: o planejamento da cidade nessa região pressupõe uma grande faixa lindeira à via, para desaceleração e paradas de ônibus. Esse lote de dupla esquina – no qual se destaca a da Avenida Teotônio Segurado com a Alameda 17, potencializa um planejamento paisagístico de espraiamento da vegetação natural. Essa é uma diretriz ambiental crucial, pois essa esquina confronta-se com a fronteira de uma via de tráfego intenso. Esse confronto é um nó, o ponto de transição entre as escalas macro e micro, merecendo cuidadosa atenção. Essa esquina também define um espaço estratégico para instalação do canteiro de obras necessário às várias etapas construtivas.

Na dinâmica de construção da cidade [planejada], como envolver uma comunidade, que dela participe? No âmbito local, quase que analogicamente propomos um novo eixo urbano, de fluxo interno ao lote, permeabilizando-o. Surge assim a possibilidade da rua interna, da cidade contínua e aberta para o outro, receptiva. Ao mesmo tempo, conquistamos a desejada permeabilidade do solo, em torno de trinta por cento, e o espraiamento da vegetação possibilita um percurso fluído. A essa rua interna, que também é uma galeria aberta, proporemos a função de foyer; e à faixa arborizada longitudinal chamaremos “Jardim de Inverno do Cerrado”. Esse foyer, que será um espaço de exposições e encontros aberto, com infra-estrutura de apoio, é também o distribuidor de fluxos e de acessos ao edifício e ao auditório.


Vista sul

UIA! É O IABíTO!


Em três fachadas a vedação do edifício é composta por um sistema de componentes de concreto pré-moldado, com a dupla função de brises-cobogós: o MUXARABI, um dos elementos mais característicos da nossa arquitetura colonial e da construção popular brasileira, influência da arquitetura ibero-moura-árabe. Muxarabi significa “local fresco” (segundo Estêvão Pinto); muro de concreto em forma de arabesco, que filtra luz: “Caleidoscópio que nos ensina que nada é definitivo: tudo se transforma para dar lugar a outro olhar” (autor desconhecido).

A fachada sul é a única com tratamento diferenciado das demais. Vista do edifício para quem vem do aeroporto, é a principal face das áreas molhadas, bem como da empena da circulação vertical. Para esta fachada propomos uma dupla pele de vidro temperado. Na camada externa dessa superfície reticulada será estampada uma textura: a flor símbolo do cerrado, o ipê!

O MEIO-SUBSOLO AMPLIA DUAS VEZES O ESPAÇO DA RUA

A concepção do sistema construtivo partiu do solo. Com o terreno situado na área de várzea do rio Tocantins, optamos pela utilização de meio subsolo em aproximadamente sessenta por cento do terreno, a fim de abrigar as vagas de estacionamento cobertas e reservadas, além de salas de infra-estrutura que terão usuários permanentes. Tal escolha garante a exeqüibilidade e mínima intervenção geológica (inclusive no caso de lençol freático).



ARQUITETURA BIOCLIMÁTICA = EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

Segundo estudo bioclimático da cidade de Palmas, o desafio de projeto deve responder tanto ao clima quente e seco da região como para os meses chuvosos. Seguindo as recomendações, definimos o principal eixo do edifício como leste-oeste. Essa escolha propicia a redução de carga térmica, em conjunto com pisos verdes nas lajes de cobertura.

Além disso, a implantação faceada em vedações com espaçamentos abertos horizontais e verticais (brises “descolados” da laje) favorece a ventilação cruzada através dos ventos sudeste, predominantes na região. Essa escolha maximiza a transpiração do edifício e minimiza a necessidade de ar-condicionado. Com o devido controle no tratamento das vedações, conseguimos o equilíbrio para um clima interno iluminado, arejado e protegido passivamente.

Propomos a instalação de placas fotovoltaicas para a geração de eletricidade e a captação de águas pluviais para reuso, bem como a recomendação para sistemas de ar-condicionado com o melhor desempenho energético. Todas essas medidas – planos envoltórios, iluminação e condicionamento de ar, estão de acordo com os parâmetros necessários para contemplação da etiqueta Procel Edifica.

Quanto aos parâmetros urbanísticos, foram atendidos todos os itens de legislação de uso do solo: coeficiente de aproveitamento máximo, recuos obrigatórios e taxas de ocupação
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Vista leste


Considerações sobre questões construtivas

Devido às várias fases de construção, devemos otimizar a pré-fabricação de todos os sub-sistemas construtivos – estrutural, vedação e cobertura, bem como outras infra-estruturas técnicas, minimizando tanto o impacto e stress nos usuários que conviverão com a obra quanto a sua geração direta e indireta de resíduos. Do mesmo modo, recomendamos uma construção o máximo “seca”, inclusive em termos de canteiro de obras: assim optamos pelo sistema estrutural em aço – vigas pilares e lajes steel-deck, pois esse sistema é “leve” e conta agilidade e rapidez de execução.

A execução de uma caixa de circulação vertical única também é outra escolha que visa à redução e otimização da infra-estrutura. Dividindo o prédio em duas alas, conseguimos flexibilidade na modulação interna: planta livre, além de maximizar a relação articulada construção - uso conjunto.

Proposições para as fases construtivas

1ª etapa – INSTITUCIONAL: foram acrescentados sanitários para público propostos na 2ª etapa; foi otimizada a infra-estrutura de alimentação da 1ª e 2ª etapas num único bloco, no setor leste térreo; foi acrescentado “1/2” foyer proposto na 2ª etapa.

2ª etapa – ÁREA DE EVENTOS: foram acrescentadas a biblioteca e o restaurante (infra-estrutura mínima) propostos na 3ª etapa.