Apresentado no Seminário Internacional de Planejamento Cultural Urbano em Áreas Metropolitanas ALMADA 2014
Eixo: Engenharia da cultura e planejamento urbano
Autores:
Angélica Benatti Alvim¹ e Luciano Albamonte da Silva²
¹ Arquiteta e
Urbanista, Mestre e Doutora em Arquitetura e Urbanismo, Coordenadora Geral de
Pós-Graduação. Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Bolsista
Produtividade CNPq. Docente Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e
Urbanismo, São Paulo, SP, Brasil; ² Arquiteto e Urbanista, Mestrando do
Programa e bolsista CAPES.
e-mail: angelica.alvim@mackenzie.br,
lucianoalbamonte@gmail.com, arq.rodrigo.ramos@gmail.com
Resumo
O artigo discute a importância do patrimônio cultural da orla
ferroviária, no contexto das transformações intraurbanas contemporâneas promovidas
pelo atual processo de planejamento urbano do município de São Paulo. A
relevância deste tema deve-se à crise no conjunto da rede de mobilidade urbana
desta importante cidade brasileira, que historicamente priorizou o uso do modo
de transporte individual e o progressivo sucateamento do transporte público sobre
trilhos. Se no passado o sistema de transporte ferroviário foi o principal
responsável pela estruturação da cidade, agora é o local que abriga os vazios
urbanos e um patrimônio histórico e cultural em plena deterioração. O novo Plano
Diretor Estratégico de São Paulo, aprovado em julho de 2014, prioriza os eixos
de transportes como elementos de estruturação da cidade, e ao mesmo tempo
indica que a orla ferroviária deverá abrigar um conjunto de projetos urbanos
capazes de reestruturar a o espaço urbano e regional da metrópole.
Nesse sentido, analisaremos o território a partir de 4 escalas
geográficas: 1) ferrovia no contexto inter e transnacional, de transporte de
mercadorias, 2) metrópole – transporte de pessoas, 3) município como célula
autônoma e 4) a escala local - a orla e seus bairros. Ainda, na escala local,
analisaremos a Estação da Lapa, na zona oeste do município de São Paulo, dada
tanto sua relevância histórica quanto do seu entorno, e posição estratégica
enquanto objeto de políticas públicas, bem como processo de projeto de
rearticulação do desenho urbano.
Palavras-chave: Ferrovia,
articulações, genealogia, políticas públicas.
INTRODUÇÃO
O artigo discute a importância do patrimônio
cultural da orla ferroviária, no contexto das transformações intraurbanas
contemporâneas promovidas pelo atual processo de planejamento urbano do
município de São Paulo. Busca-se entender a ferrovia no contexto das
proposições planejamento do Município de São Paulo, Brasil, ressaltando o
caráter histórico e cultural desta importante infraestrutura e as
possibilidades de integração da orla ferroviária à dinâmica da cidade. Para
tanto consideraremos o conjunto planos e instrumentos envolvidos em articulação
com o eixo ferroviário, o desenvolvimento de um projeto de requalificação em
curso, bem como a complexidade da relação da ferrovia com
o meio urbano.
A relevância deste tema deve-se à crise no conjunto
da rede de mobilidade urbana desta importante cidade brasileira, que
historicamente priorizou o uso do modo de transporte individual e o progressivo
sucateamento do transporte público sobre trilhos. Se no passado o sistema de
transporte ferroviário foi o principal responsável pela estruturação da cidade,
agora é o local que abriga os vazios urbanos e um patrimônio histórico e cultural
em plena deterioração.
O artigo estrutura-se em 03 partes:
1) Identificação da ferrovia no contexto da
problemática urbana e metropolitana e seu papel na formação, desenvolvimento e
atual situação da área de estudo;
2) Síntese dos principais planos e instrumentos que
incidem sobre a região - aqueles instituídos pós 1988 (Constituição Federal) e
os desdobramentos na política urbana em
curso;
3) Recomendações de encaminhamento para um desfecho
do problema que indique uma melhor relação entre a cidade e esta importante
infraestrutura, considerando principalmente a prevalência do interesse público.
1. A Ferrovia e sua importância na formação dos
bairros paulistanos
Na Região Metropolitana de São Paulo - RMSP, a área
considerada orla ferroviária corresponde ao território onde a ferrovia se
instalou, no século XIX, bem como as áreas contíguas situadas ao longo dos rios
Tietê, Pinheiros e Tamanduateí. Nesta região verificam-se processos de
transformação econômica e de padrões de uso e ocupação do solo, que são
determinadas pela presença dos rios e das linhas férreas.
Embora com excelente condição de
macro-acessibilidade devido ao sistema viário de porte e presença do terminal
Intermodal de metrô, da ferrovia e do terminal rodoviário Barra Funda, o
processo de transformação produtiva ocorrido nas últimas décadas, aliado às
barreiras significativas (rio Tietê e ferrovia) favorece o esvaziamento e à
degradação urbana.
As linhas férreas tiveram um papel histórico no
desenvolvimento de algumas cidades do Brasil, em especial na cidade de São
Paulo, que foi um importante entroncamento ferroviário e de localização
privilegiada entre o porto de Santos e as cidades produtoras de matéria-prima
no interior do estado, especialmente entre 1850 e 1950.
A São Paulo Railway Company, configurada pelo
conjunto de equipamentos de infraestrutura da ferrovia paulista, foi inaugurada
em 1867[1],
significando uma vitória sobre o obstáculo constituído então pela Serra do Mar.
Esta implantação teve várias implicações regionais – tanto sua futura extensão
inter-regional bem como ramificações menores e mesmo intraurbanas, inclusive
pelo registro e valorização dos terrenos lindeiros à orla ferroviária.
Figura 1 – Antiga rede ferroviária (espaço regional)
Ramificada pelos dois braços, oriundos de Sorocaba e
Jundiaí, até o fluxo principal com o vetor Júlio Prestes - Santos, a ferrovia
foi estruturada historicamente, sobretudo, em função de um espaço regional
(Figura 1) vinculado a um regime extrativista internacional de escoamento de
exportação de esquema matriz-colônia, com todos os conflitos, controle e
resistência que implicarão na última. Primeiro, a própria mineração e extração
de ferro que, transformada pela metalurgia da produção industrial inglesa,
através do comércio e transporte marítimo intercontinental, alimentava um
sistema de exploração internacional, ao mesmo tempo em que consolidava, uma
rede de infraestrutura ferroviária nos trópicos. Segundo, a produção agrícola
oriunda principalmente das fazendas de café do século XIX, incrementada à época
pela produção de sal e algodão principalmente (1967-1974) [3], entre
várias outras. Paralelamente, recebeu também os insumos do desenvolvimento
industrial que compensou a crise do café e reconfigurou os fluxos de produção,
sem, contudo, ter o componente de produção agrícola e rural defasado.
A implantação da ferrovia em São Paulo interferiu
nos bairros lindeiros e, ao mesmo tempo, submeteu-os à dinâmica tanto macro
como microeconomia do país. Ao longo das linhas férreas foram formadas áreas
predominantemente industriais que se estenderam de leste à oeste no
território da cidade de São Paulo (Estrada de Ferro Sorocabana e Central do
Brasil, conhecidas nos dias de hoje, respectivamente, como a Linha 8 - Diamante
e a Linha 11 - Coral, da CPTM) e na diagonal norte sul (antiga Santos-Jundiaí,
linhas 7 - Rubi e 10 - Turquesa) está última ajustando não apenas o território
da cidade paulistana, mas também das regiões do ABC paulista [4].
Como reflexo da ocupação do território paulista,
o posicionamento das ferrovias, no trecho da área urbana da cidade, configurou
uma separação dos núcleos centrais, por uma extensa faixa variável, de 500 a
1000 metros entre a ferrovia e o rio Tietê, cujas obras de retificação
possibilitou a ocupação de suas várzeas a partir de meados dos anos 1900 [5]. Nessa
faixa formaram-se, ao longo do século XX, bairros com forte presença de
indústrias, em conformidade com as funções da cidade, que anos mais tarde
seria confirmada pela Lei de Zoneamento de 1972 [6] (SÃO PAULO, 2010c, p.2).
No caso do bairro da Lapa, a ferrovia induziu, com a
implantação da estação ferroviária, em 1899 (Figura 2), a formação de um
conjunto de atividades ligadas à indústria da construção civil, que se
localizaram principalmente na Lapa de Baixo, como ficou conhecida a área que
fixou as residências dos funcionários fabris.
Várias olarias ali se instalaram devido à presença do material geológico
extraído das próprias várzeas do Tietê [7] e da
possibilidade de escoamento da produção, inclusive no próprio local. A área da
Lapa de Baixo, por exemplo, encontra-se intimamente vinculada ao valor da
ferrovia, ao seu passado e ao que ela hoje representa.
Figura 2 –
Estação da Lapa (espaço intraurbano)
A partir dos anos de 1980, como reflexo do período
do “milagre econômico” iniciado na década anterior, observa-se a
desconcentração das indústrias, orientada principalmente pela ampliação do
quadro do sistema viário principal e das rodovias que interligam o interior do
Estado de São Paulo, outros Estados, Rio de Janeiro e Paraná, e regiões mais
distantes do País. Grande parte das
indústrias que permaneceu na cidade de São Paulo, valeu-se principalmente dos
eixos rodoviários, que beneficiaram o fluxo de mercadorias para os mercados e o
ingresso de matéria-prima.
Os reflexos da reestruturação produtiva da RMSP
podem ser observados diretamente pela forma como se constituiu esse território
urbano localizado na denominada orla ferroviária. Na porção ao norte da
ferrovia encontram-se quadras de grandes dimensões, com sistema viário
descontínuo, áreas subutilizadas e de densidades relativamente baixas. (SÃO
PAULO, 2010c, p.2) Já a porção ao sul apresenta arruamentos de geometria e
ritmos mais regulares; boas condições de mobilidade e de interconexões viárias,
dada a continuidade do sistema; maior diversidade de usos e densidades mais
significativas, em consonância com outras áreas da cidade de São Paulo […]
(ibidem).
Nas duas últimas décadas, as áreas lindeiras à
ferrovia são apontadas como área de interesse tanto pelas administrações
públicas, quanto por iniciativas do setor imobiliário. Associado a este
potencial, a região apresenta um conjunto de edificações tombadas pelos órgãos
de patrimônio histórico resultantes da dinâmica econômica histórica de formação
da metrópole, tal como os antigos galpões das indústrias Matarazzo e a Casa das
Caldeiras, entre várias outras edificações construídas com vedação estrutura em
alvenaria cerâmica, que compunham o parque industrial intraurbano daquela
ocasião.
Políticas públicas vêm sendo implementadas para a
promoção de transformações que requalifiquem a orla ferroviária, em consonância
com outras áreas da cidade de São Paulo.
Se por um lado, a macro-acessibilidade é farta, principalmente em função
das implementações de obras viárias após a década de 1970 e pela presença do
terminal intermodal rodoviário da Barra Funda, construído no final da década de
1980, a micro-acessibilidade, em contraposição é deficitária e truncada e pelos
problemas de drenagem da várzea do Tietê [9] e da
configuração morfológica decorrente do binômio histórico indústria – ferrovia
(Figura 3 e 4).
Figura 3 –
Estação da Luz: plataforma de embarque/ desembarque - atualidade
Figura 4 –
Estação da Lapa: Túnel para passagem sob a ferrovia.
Por fim, colocando a questão de maneira inversa, o
sistema industrial primeiro inflou o espaço intraurbano, para pouco tempo
depois o esvaziar, configurando uma porosidade de contrastes, entre zonas de
densidade e rarefação (Santos & Silveira, 2001). A nível regional, entretanto,
tal dinâmica industrial não ficou desaquecida, pelo contrário, aumentou junto,
e em relação direta com os outros modais de transporte. Todavia, essa
intensidade reverbera no espaço intraurbano na forma de várias contradições,
defasagens e assincronias. Tal afirmação pode ser explicitada, por exemplo, na
difusão da mancha urbana metropolitana, e na intensa segregação entre
oportunidades econômicas e situações de vulnerabilidade (Figura 5). Além disso,
os movimentos pendulares oriundos de tal contraste condicionam o cotidiano de
grandes levas de população das regiões periféricas que seguem o capital,
enquanto força de trabalho, implicando grandes períodos de deslocamento
residência – emprego, muitas vezes sem o mínimo de qualidade – no caso os
vagões sempre lotados, composições e linha férrea deterioradas, e a hora do
rush cada vez mais dilatada.
Figura 5 – Oportunidades
de emprego e vulnerabilidades na metrópole de São Paulo.
Neste contexto, a ferrovia, uma infraestrutura
regional e de ligação metropolitana que atravessa a cidade tem importante papel
econômico para o Estado e a Federação, mas não converte para o espaço
intraurbano a benesse da macro escala de âmbito interestadual, ocasionando,
inversamente, ciclos viciosos de segregação, fragmentação e descontinuidade do
território por onde a rede passa. É
papel do município em conjunto com o Estado, como responsável pela gestão
metropolitana, reorientar o desenvolvimento urbano da orla ferroviária,
articulando este importante e estratégico território à dinâmica urbana da
cidade.
2. A Ferrovia no contexto das políticas
urbanas de São Paulo
2.1. A Operação Urbana Água Branca: a primeira tentativa de
reintegração da ferrovia à cidade.
Figura 6 –
Localização da Operação Urbana Água Branca
Entre os anos 1990 e 2013, várias iniciativas foram
implementadas pelo Poder Público municipal para a região que abriga a orla
ferroviária, com destaque para a o trecho do distrito da Barra Funda, com o
objetivo de trazer uma dinâmica mais ajustada às formas de uso do território,
que corrigissem as perdas de sua antiga função. Destaca-se, neste contexto, o
instrumento da Operação Urbana Água Branca, instituído em 1995, e o Plano
Diretor Estratégico de 2002, Lei Municipal 13.430/ 2002 (Figuras 6 e 7).
Figura 7 – Localização da Operação Urbana Água Branca
Em 2001, com a promulgação da Lei Federal 10.257, o
Estatuto da Cidade, se introduziu o instrumento Certificado de Potencial
Adicional de Construção – CEPAC [15], que,
segundo o poder público garantiria a contrapartida financeira necessária para a
promoção e “a valorização da paisagem
urbana, a melhoria da infraestrutura e da sua qualidade ambiental”,
conforme Artigo 2º.
A região conta com intenso fluxo de automóveis em
suas principais avenidas, sendo delimitada pela Marginal do Rio Tietê e entrecortada
pela orla ferroviária, ambas transpostas por viadutos, determinando conflitos
que se expressam na deterioração do uso do espaço publico pelos pedestres que
buscam usar as equipamentos e referências da região. Os fluxos de pedestres e
de ciclistas são, quando da qualidade do desenho do passeio urbano, preteridos
ou depreciados, de modo que não se vinculam a espaços públicos, como, por
exemplo, praças ou corredores verdes. Destacam-se ainda as torres residenciais
e de serviços, que funcionam como bunkers
[16] (Figura 8),
fortalezas contemporâneas, bem como um defasado, porém ativo, parque
industrial.
Figura 8 – Orla ferroviária e torres de serviços
Fonte: fotos Fernando Stankus, 2009 (cedida pelo autor).
Apesar de definir seu objetivo geral de desenvolvimento
urbano e melhoria da qualidade de vida, poucos resultados foram efetivados. O
que se viu foi a valorização de lotes privados, em detrimento de uma concepção
e continuidade de espaços públicos e em privilégio da melhoria e incremento da
malha viária. No contexto desta lei, a ferrovia é vista exclusivamente como um
problema de barreira que precisa ser vencida, ou seja, transposta pela malha
viária, conforme Artigo 5º (Figura 9).
Figura 9 – Terminal Barra Funda e adjacências
Fonte: foto Fernando Stankus, 2011 (cedida pelo autor).
Enfim, trata-se de um território que abriga
importantes equipamentos socioculturais e logísticos de grande demanda urbana,
com conflitos evidenciados pelo uso atual de suas vias e espaços privados,
acirrados pelos mecanismos impostos pela dinâmica da OUAB, em sua primeira
edição. A política de transformação resultante desta revisão, ao que parece,
busca priorizar a lógica de mercado em detrimento do espaço público (Figura 10).
Figuras 10 – graffitti na base de um de viaduto da área de
estudo
Fonte: foto dos autores, 2014.
2.2. O que Muda com o
Novo Plano Diretor Estratégico de São Paulo
A Lei Municipal n. 16.050 de 30 de julho de 2014,
que institui o novo Plano Diretor Estratégico do município de São Paulo, traz
uma série de diretrizes para orientar o desenvolvimento e o crescimento da
cidade.
O processo de discussão e elaboração do PDE,
conduzido pela PMSP, foi amplamente participativo e permitiu uma discussão
acirrada em torno de uma ideia de projeto para a cidade que tem como base a
valorização do transporte público. Desde a ideia inicial, o texto do PDE
defende a estruturação da cidade por meio de eixos urbanísticos localizados ao
longo da rede de transporte público coletivo de média e alta capacidade, onde
prevê-se o adensamento demográfico associado a oferta de transporte público
coletivo, o condicionamento do adensamento à existência ou implantação da
infraestrutura de transporte e os maiores coeficientes de aproveitamento
combinados aos eixos de transportes. É neste contexto em que se insere a discussão
atual sobre a ferrovia.
Figura 11 – Delimitação do perímetro do Arco do Tietê. Ferrovia
destacada na cor rosa
No novo PDE, o território municipal foi organizado
em duas Macrozonas - Proteção e Recuperação Ambiental e
Estruturação e Qualificação Urbana, onde foram definidos os objetivos de
desenvolvimento urbano, as estratégias, os instrumentos e a priorização dos
investimentos respeitando as especificidades de cada uma. A Macrozona de
Estruturação e Qualificação Urbana subdivide-se em 4 (quatro) macroáreas, a
saber: I - Macroárea de Estruturação Metropolitana; II - Macroárea de
Urbanização Consolidada; III - Macroárea de Qualificação da Urbanização; IV -
Macroárea de Redução da Vulnerabilidade Urbana. Neste trabalho nos interessa
entender aspectos definidos para a Macroárea de Estruturação Metropolitana,
que abrange a orla ferroviária (Figura 11).
O Artigo 11 do PDE define a abrangência e
caracteriza a Macroárea de Estruturação Metropolitana. Esta região abriga as
áreas das planícies fluviais dos rios Tietê, Pinheiros e Tamanduateí – e,
portanto, a orla ferroviária, com articulação com o Centro e prolongamento
junto às avenidas Jacu-Pêssego, Cupecê e Raimundo Pereira de Magalhães e
das rodovias Anhanguera e Fernão Dias. Caracteriza-se pela existência de vias
estruturais, pelo sistema ferroviário e pelas rodovias que articulam
diferentes municípios e polos de empregos da Região Metropolitana de São
Paulo e onde verificam processos de transformação econômica e de padrões de
uso e ocupação do solo, com a necessidade de equilíbrio na relação entre
emprego e moradia.
No
novo PDE, o Setor Orla Ferroviária e
Fluvial é parte importante da Macroárea de Estruturação Metropolitana.
Por sua vez, este setor é formado pelos
seguintes subsetores: a) Arco Leste; b) Arco Tietê; c) Arco Tamanduateí; d)
Arco Pinheiros; e) Arco Faria Lima - Águas Espraiadas - Chucri Zaidan; f) Arco
Jurubatuba. Nos objetivos delineados
para o Setor Orla Ferroviária e Fluvial (Artigo 12, § 1º) em seu as relações
entre o processo de adensamento urbano e a implantação de novas atividades
produtivas aliam-se a proteção do patrimônio arquitetônico e cultural, com
destaque para o ferroviário e industrial.
Na Macroárea de Estruturação Metropolitana que
integram os subsetores Arco Tietê,
Arco Tamanduateí e Arco Pinheiros
deverão ser definidos projetos de
intervenção urbana [18]. Dentro da
concepção do PDE, o Projeto de Intervenção Urbana é o principal instrumento
para promover o ordenamento e a reestruturação urbana em áreas subutilizadas
e com potencial de transformação, como é o caso da orla ferroviária. Os
Projetos de Intervenção Urbana devem ser elaborados de forma participativa,
sob responsabilidade do Poder Público Municipal e deverão ser autorizados
por lei especifica. Para implementar os
Projetos de Intervenção Urbana, o Município poderá utilizar os seguintes
instrumentos: Operações Urbanas Consorciadas [19]; Concessão
Urbanística; Áreas de Intervenção Urbana; Áreas de Estruturação Local[20].
As
novas operações urbanas consorciadas, principal instrumento de transformação
urbana, devem ser preferencialmente propostas na Macroárea de Reestruturação Metropolitana,
especialmente no setor Orla Ferroviária [21].
Ou
seja, a orla ferroviária é o território que deverá receber os projetos
urbanísticos mais relevantes, atraindo principalmente a iniciativa privada que
deverá adensar a região. Ou seja, o
Setor Orla Ferroviária forma um arco no entorno do centro expandido, onde a
existência de grandes glebas ociosas ou subutilizadas pode permitir um processo
de transformação planejada por projetos urbanísticos específicos que têm como
propósito o adensamento urbano. No atual
contexto o desdobramento do novo PDE se insere no Projeto do Arco Tietê, atualmente em curso.
2.3. O Projeto do Arco
do Tietê
No mês de fevereiro de 2013 a Prefeitura Municipal
de São Paulo (PMSP), através da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano
(SMDU) lança concurso público para apresentação de estudos de viabilidade
visando a transformação urbana da área denominada Arco do Tietê. Conforme
apresentado em documento intitulado: Comunicado de Chamamento Público Nº1/2013/SMDU
[22].
O Arco Tietê como uma unidade territorial se
justifica na medida em que se apresenta como espaço de intersecção de dois
eixos estruturantes do desenvolvimento urbano da cidade de São Paulo (Figura 12):
as operações urbanas consorciadas Diagonal Norte e Diagonal Sul, previstas pelo
Plano Diretor Estratégico do Município de São Paulo (art. 225 da Lei nº
13.430/2002), e o território do Arco do Futuro, que se propõe como novo vetor
de desenvolvimento urbano para a cidade de São Paulo.
Figura 12 – Mapa PDE município de São Paulo com destaque ao Arco
Tietê e às Macroáreas propostas
Fonte: Relatório Resumo 2ª fase, SMDU-PMSP, 2013.
Apresenta-se ainda neste documento como exemplo, um
conjunto de projetos de mobilidade com interferência direta no perímetro
considerado: o projeto implantação do Trem de Alta Velocidade (TAV), a cargo da
Agência Nacional de Transportes Terrestres; o projeto de implantação dos trens
regionais, sob responsabilidade da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos –
CPTM; a expansão da rede metroviária dentro do município de São Paulo,
incluindo suas novas linhas e estações da Companhia do Metropolitano e
considerando inclusive possíveis diretrizes de enterramento das linhas; o plano
de melhoramentos viários instituídos pelo Plano Diretor Estratégico do
Município de São Paulo (Lei Municipal 13.430/02) e dos Planos Regionais
Estratégicos (Lei Municipal nº 13.885/04); a rede de corredores de ônibus
municipais, a cargo da Secretaria Municipal de Transportes. Pode-se considerar
também outras propostas, relativas ao meio ambiente, como o plano de macro
drenagem da bacia do Alto Tietê, a cargo do Governo do Estado de São Paulo
(SMDU-PMSP, 2013).
Figura 13 – Delimitação do perímetro do Arco do Tietê. Ferrovia
destacada na cor rosa.
Fonte: Anexo 01 – Comunicado de Chamamento Público,PMSP, 2013.
O Projeto do Arco Tietê explicita que a ferrovia é um obstáculo
de transposição e desenvolvimento entre a área sul da cidade e a área limitada
pelo rio Tietê, e indica que a possibilidade de renovação da orla ferroviária
deve propiciar a articulação entre diferentes tecidos urbanos com vistas à
estruturação não só de seu eixo longitudinal, mas também de uma série de eixos
transversais (Figura 13). A reorganização do território da orla ferroviária, ao
longo de mais de 12 km de extensão, deverá conectar centros de bairro
existentes, de importância regional, de diferentes escalas, usos do solo e
distintas morfologia urbana, e estabelecer densidades urbanas compatíveis com a
alta capacidade do sistema de transporte público que se encontra em processo de
renovação - ferrovia e metrô.
(SMDU-PMSP, 2013). Nesse sentido, estão em abertos dois cenários
distintos, de transposição e enterramento da ferrovia (Figuras 14 a 17): Cenário
1 - modernizar a ferrovia e mantê-la em nível: promover o adensamento urbano
aliado a um novo parcelamento das quadras, de modo a garantir a
microacessiblidade, implementar interconexões urbanas necessárias em diversos
pontos, particularmente junto às estações e junto ao sistema viário principal;
e, Cenário 2 - modernizar e rebaixar a ferrovia, implantar ao longo de seu
traçado um novo sistema viário que visa articular a cidade no sentido
leste-oeste, estimular o adensamento urbano ao longo deste novo tecido.
Figura 14 – Arco Tietê – Apoio Urbano Sul – Mapa, cenário 1
Fonte: Relatório Resumo 2ª fase, SMDU-PMSP, 2013.
Figura 15 –
Arco Tietê – Apoio Urbano Sul – Corte esquemático, cenário 1
Fonte: Relatório Resumo 2ª fase, SMDU-PMSP, 2013.
Figura 16 – Arco Tietê – Apoio Urbano Sul – Mapa, cenário 2.
Fonte: Relatório Resumo 2ª fase, SMDU-PMSP, 2013.
Figura 17 – Arco Tietê – Apoio Urbano Sul – Corte esquemático,
cenário 2
Fonte: Relatório Resumo 2ª fase, SMDU-PMSP, 2013.
3. A ferrovia, os planos e suas escalas
Este trabalho refletiu sobre as interfaces entre o
planejamento urbano municipal e a ferrovia e o território denominado orla
ferroviária, que abriga passado, presente e perspectivas futuras.
Apesar de sintetizar brevemente os principais e
atuais planos e projetos que tratam o tema, podemos entender que as distintas
políticas atuam em diferentes escalas e se complementam. Nesse sentido, utilizamos
um conjunto de três categorias, baseadas nas diferenças de relevância das
escalas urbanas adotadas pelo planejamento, buscando elaborar um quadro sintético
analítico (Figura 18):
Figura 18 – Quadro Síntese de Políticas Públicas aplicadas à área da
ferrovia
Fonte: autores, 2014.
A. planos que operam a totalidade do Município –
Exemplo: Plano Diretor Estratégico;
B. planos e projetos que, apesar de definidos pelo
Plano Diretor Municipal, reforçam que a orla ferroviária é uma zona de
planejamento estratégico metropolitano, conjugando assim, diferentes e ao mesmo
tempo diversos agentes político-administrativos, de bairros, de unidade
ambiental (rio Tietê) e/ ou de infraestrutura urbana, a ferrovia. Exemplo - Projeto Arco do Tietê;
D. Perímetro de intervenção local, de parceria
público privada, que determina que o projeto urbano poderá integrar a ferrovia
à cidade - Exemplo: Operação Urbana.
Apesar do complexo e
rico processo de planejamento de São Paulo, o destino da ferrovia permanece em aberto. O
que está em jogo é toda uma dinâmica socioeconômica e cultural de desafios e
respostas quanto ao futuro desta importante infraestrutura urbana.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
A região situada ao longo do traçado ferroviário
hoje possui um potencial de transformação urbana que se alia ao projeto de
modernização da ferrovia, permitindo ampliar significativamente os sistema de
transporte de alta capacidade, e consequentemente, a mobilidade urbana da
metrópole.
Este estudo indicou que os posicionamentos em
relação ao futuro do traçado ferroviário são diversos e muitas vezes
conflitantes. Todos os planos e projetos
urbanos que envolvem a orla ferroviária destacam que esta importante
infraestrutura de transportes teve um papel central na formação da metrópole, e
que hoje, o traçado ferroviário aliado às grandes glebas vazias ou
subutilizadas, com baixa densidade e com microacessibilidade deficitária,
representam uma barreira ao desenvolvimento urbano.
Na atualidade, o novo Plano Diretor em vigor, reconhece
por um lado, o potencial estruturador de caráter metropolitano da orla
ferroviária, que se localiza na Área de Estruturação Metropolitana e que abriga
o Arco do Futuro, projeto de grande destaque para a atual gestão municipal. Nesse sentido, o novo PDE reestabelece a
envergadura que a malha ferroviária sempre desempenhou na configuração – seja
social, econômica, política ou cultural, da cidade de São Paulo, hoje uma das
mais importantes metrópoles do mundo, mas ao mesmo tempo, procura definir estrategicamente
o uso deste território considerando seu enorme potencial de transformação.
Enfim, apesar deste tratamento especial, o destino
da linha férrea no meio urbano, permanece em aberto e deverá ser discutido no
âmbito das legislações especificas e dos projetos urbanos a serem definidos
para os subsetores, em especial para o projeto do Arco Tietê, que, como já
ressaltado, encontra-se em processo de elaboração e discussão com a sociedade,
em sua segunda fase. Observa-se claramente uma abordagem que articula a
instituição projetos urbanos que visam integrar esta área à dinâmica
intraurbana da cidade e, ao mesmo tempo, aproveitar os vazios e áreas ociosas
estimulando o potencial adensamento urbano.
Resta saber se de fato o poder publico municipal
terá folego para implementar o audacioso
Projeto Arco Tietê e valorizando passado, requalificando o presente e
promovendo o futuro da orla ferroviária para a cidade e para a metrópole. Acreditamos que o processo de planejamento
urbano de São Paulo não poderá deixar de lado a escala metropolitana. Atuar
sobre o território orla ferroviária representa a oportunidade de tratamento de
uma infraestrutura que ultrapassa o
âmbito municipal. Somente no âmbito de
um processo de gestão metropolitana compartilhada que envolva estado, município
e sociedade civil é que as ações
previstas para a orla ferroviária contribuirão para garantir o interesse publico.
REFERÊNCIAS
BAIARDI, Yara
Cristina Labronici. O papel da
microacessibilidade na mobilidade urbana: o caso da estação de trem santo amaro
na cidade de são Paulo. Dissertação de Mestrado – Universidade
Presbiteriana Mackenzie, 2012. Disponível em < http://www.mackenzie.br/stricto_urbanismo_tesest.html?&cHash=3e729bc8e6cde77ed4191827aed8abeb&tx_ttnews%5Btt_news%5D=1631#.VCS0sGddXqc>.
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São Paulo: (produção editorial independente), 2005.
MAGALHÃES JR., José. Operações Urbanas em São Paulo: crítica, plano e projeto. Parte 8 –
Operação urbana Água Branca, revisão e proposição, 2005. Disponível em <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.066/407>.
Acesso em: 04/08/2013.
MORAES, A. C. R. Ideologias Geográficas. Espaço, Cultura e Política no Brasil. São
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MORAES, Luis Gustavo Sayão de. Operações Urbanas enquanto instrumento de
transformação da cidade: o caso da Operação Urbana Água Branca (1995-2009).
Dissertação de Mestrado Dissertação de Mestrado – Universidade Presbiteriana
Mackenzie, 2009. Disponível em <
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Acesso em: 24/09/2013.
SANTOS, Milton e SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil – território e sociedade no início do século XXI. São
Paulo: Record, 2001.
[1] Conforme LAVANDER Jr, Moysés e MENDES, Paulo
Augusto. SPR, memórias de uma inglesa: A
história da concessão e construção da primeira ferrovia em solo paulista e suas
conexões. São Paulo: (produção editorial independente), 2005, pág. 293.
[2] LAVANDER Jr, Moysés e MENDES, Paulo Augusto.
SPR, memórias de uma inglesa: A história
da concessão e construção da primeira ferrovia em solo paulista e suas conexões,
pág. 295.
[3] Ibidem,
pág. 32.
[4] BAIARDI,
Yara Cristina Labronici. O papel da
microacessibilidade na mobilidade urbana: o caso da estação de trem santo amaro
na cidade de são Paulo. Dissertação de Mestrado – Universidade
Presbiteriana Mackenzie, 2012. Disponível em <
http://www.mackenzie.br/stricto_urbanismo_tesest.html?&cHash=3e729bc8e6cde77ed4191827aed8abeb&tx_ttnews%5Btt_news%5D=1631#.VCS0sGddXqc>.
Acesso em: 24/09/2014.
[5] CASTRO, Luiz Guilherme. Operações Urbanas em São Paulo: Interesse Público e Reconstrução
Especulativa do Lugar, Tese de Doutorado – Universidade Presbiteriana
Mackenzie, 2006. Disponível em
<www.teses.usp.br/teses/disponiveis/16/.../tde.../Op_urb_Castro_2006.pdf>.
Acesso em: 08/04/2014, p. 112.
[6] Em
1972, a Lei nº 7.805 define o uso industrial e/ou áreas especiais destinadas a
usos específicos. Segundo Castro, no caso dos terrenos
adquiridos pela retificação do rio Tietê, grande parte permaneceu como
propriedade pública, e parte foi transferida, que institui o zoneamento da cidade
com a finalidade de disciplinar os usos e ocupações do solo confirmou a
predominância, doada ou objeto de concessão de uso. Na maior parte, os terrenos
ficaram gravados pela lei de zoneamento de 1972 como do tipo Z8 – uso
específico, definido para cada perímetro – com coeficientes de aproveitamento
de 5% a 15%, e taxa de ocupação de 2,5% a 7%.p.117
[7] Ibidem,
pág. 130.
[8] Idem,
pág. 130.
[9] MAGALHÃES JR., José. Operações Urbanas em São Paulo: crítica,
plano e projeto. Parte 8 – Operação urbana Água Branca, revisão e proposição,
2005. Disponível em <http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/06.066/407>.
Acesso em: 04/08/2013.
[10]
Disponível em <http://blog.pittsburgh.com.br/2012/02/bixiga-lapa-2h35-cptm/>.
Acesso em: 24/09/2014
[11]
Disponível em <http://mural.blogfolha.uol.com.br/2012/08/30/tunel-da-estacao-lapa-da-cptm-fica-cheio-de-agua-e-lixo/>.
Acesso em: 24/09/2014.
[12]
Disponível em <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/principal-pde/>.
Acesso em: 24/09/2014.
[13] Município de São Paulo e Distrito Barra
Funda em: <http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/arquivos/cmpu/Apresentacao%20da%2023a%20Reuniao_CMPU_05_12_12.pdf>. Foto aérea em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Barra_Funda_(distrito_de_S%C3%A3o_Paulo)>, acesso em: 7/04/14.
[14] Disponível em < http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/desenvolvimento_urbano/sp_urbanismo/operacoes_urbanas/agua_branca/index.php?p=19589>.
Acesso: 23/09/2014.
[15] Conforme artigo 5º da Lei Municipal 15.893/ 2013: “Certificado de
Potencial Adicional de Construção - CEPAC - é um título mobiliário
comercializado em Bolsa de Valores ou Mercado de Balcão Organizado, utilizado
para pagamento pelo potencial adicional de construção”.
[16] Bunker, em português Casamata: “Em arquitetura militar, uma casamata é uma
instalação fortificada fechada e abobadada, independente ou integrada numa fortificação maior, à prova dos projéteis inimigos. O termo é utilizado de um
modo bastante genérico, podendo designar instalações de vários tipos e
tamanhos, normalmente construídas em concreto”. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Casamata>, acesso em: 7/04/2014.
[17] Disponível em
<http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/principal-pde/>. Acesso em:
24/09/2014.
[18] O PDE estabelece os seguinte prazos máximos para a definição de projetos para estas
áreas: I - Arco Tamanduateí, até 2015; II - Arco Tietê, até 2016; III -
Arco Jurubatuba, até 2017; IV - Arco Pinheiros, até 2018.
[19]
Art. 140. Nos perímetros de abrangência delimitados pelas leis especificas de
criação das operações urbanas consorciadas, a outorga onerosa do potencial
construtivo adicional será regida, exclusivamente, pelas disposições de suas
leis especificas.
[20] Art. 134. Com o objetivo
de promover transformações estruturais o Município devera desenvolver Projetos
de Intervenção Urbana para promover o ordenamento e a reestruturação urbana em
áreas subutilizadas e com potencial de transformação, preferencialmente
localizadas na Macroárea de Estruturação Metropolitana, para maior
aproveitamento da terra urbana e o consequente aumento nas densidades
construtivas e demográficas, implantação de novas atividades econômicas e
emprego e atendimento as necessidades de habitação e de equipamentos sociais
para a população. § 5º Para implementar os Projetos de Intervenção Urbana,
previstos no § 1o, o Município poderá utilizar os seguintes instrumentos: I -
Operações Urbanas Consorciadas; II - Concessão Urbanística; III - Áreas de
Intervenção Urbana; IV - Áreas de Estruturação Local.
[21] Artigo 138: I - otimizar a ocupação de áreas subutilizadas, por meio
de intervenções; II - implantar equipamentos estratégicos para o
desenvolvimento; III - ampliar e melhorar o sistema de transporte coletivo, as
redes de infraestrutura e o sistema viário estrutural; IV - promover a
recuperação ambiental de áreas contaminadas e áreas passíveis de
inundação; V - implantar equipamentos públicos sociais, espaços públicos e
áreas verdes; VII - proteger, recuperar e valorizar o patrimônio ambiental,
histórico e cultural; VIII - promover o desenvolvimento econômico e a
dinamização de áreas visando à geração de empregos.
[22] Disponível em
<http://www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/upload/chamadas/chamamento_publico_arco_tiete_1360327548.pdf>.
Acesso: 19/09/2014.